segunda-feira, 16 de maio de 2022
Missa de Ordenação Sacerdotal Djedje Joaquim Garrafão - CM
MENSAGEM DO PÁROCO
Salmo 144
Misericórdia e piedade é o Senhor,/ ele é amor, é paciência, é compaixão./ O Senhor é muito bom para com todos,/ sua ternura abraça toda criatura.
Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem,/ e os vossos santos com louvores vos bendigam!/ Narrem a glória e o esplendor do vosso reino/ e saibam proclamar vosso poder!
Para espalhar vossos prodígios entre os homens/ e o fulgor de vosso reino esplendoroso./ O vosso reino é um reino para sempre,/ vosso poder, de geração em geração.
Queridos amigos, irmãos e irmãs, estamos vivendo a quinta semana do tempo da páscoa. Desde o evento da Ressurreição, precedido pelo tempo forte da semana santa, revivemos todas as alegrias da presença viva do Cristo ressuscitado no meio da comunidade, a Igreja tem vivido a maneira como se fortaleceu as primeiras comunidades no caminho da missão e da ação do Espirito Santo. Ele está vivo no meio de nós. Ele é senhor da história.
Não podemos esquecer que ainda estamos vivenciando o tempo da páscoa, agora na perspectiva da preparação à ascensão de Jesus Cristo aos céus para se cumprir o que diz as Escrituras. Os próximos domingos nos levaram à Pentecostes, grande festa da manifestação da Igreja ao mundo. A subida de Jesus aos céus não é sua ausência na terra, mas pelo contrário é a confirmação de que agora ficará para sempre no meio de nós. Como ele ficará para sempre no meio da comunidade? “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros”. (Jo 13, 35). Eis a forma concreta de sua presença. Amar sem medita do jeito de Jesus Cristo.
Portanto, o amor entre os irmãos e seguidores de Jesus é a regra básica para sermos no mundo testemunhas de Jesus Cristo. O mundo reconhecerá que somos discípulos de Jesus se o amor for latente, profundo e verdadeiro. Ser cristão é ser perito na arte de amar. Façamos este propósito no nosso caminho de fé.
Pe. Gilvan Manuel, CM
Salmo 99
O Domingo
Comentário Litúrgico
5º Domingo da Páscoa
Domingo, 15 de maio de 2022
Evangelho Jo 13,31-33a.34-35
O texto divide-se em duas partes. Na primeira parte (vers. 31-32), Jesus interpreta a saída de Judas, que acabou de deixar a sala onde o grupo está reunido, para ir entregar o “mestre” aos seus inimigos. A morte é, portanto, uma realidade bem próxima… Jesus explica, na sequência, que a sua morte na cruz será a manifestação da sua glória e da glória do Pai. O termo “doxa” aqui utilizado traduz o hebraico “kabod” que pode entender-se como “riqueza”, “esplendor”. A “riqueza”, o “esplendor” do Pai e de Jesus manifesta-se, portanto, no amor que se dá até ao extremo, até ao dom total. É que a “glória” do Pai e de Jesus não se manifesta no triunfo espetacular ou na violência que aniquila os maus, mas manifesta-se na vida dada, no amor oferecido até ao extremo. A entrega de Jesus na cruz vai manifestar a todos os homens a lógica de Deus e mostrar a todos como Deus é: amor radical, que se faz dom até às últimas consequências.
Na segunda parte (vers. 33a.34-35) temos, então, a apresentação do “mandamento novo”. Começa com a expressão “meus filhos” (vers. 33a) – o que nos coloca num quadro de solene emoção e nos leva ao “testamento” de um pai que, à beira da morte, transmite aos seus filhos a sua sabedoria de vida e aquilo que é verdadeiramente fundamental.
Qual é, portanto, a última palavra de Jesus aos seus, o seu ensinamento fundamental?
“Amai-vos uns aos outros. Como Eu vos amei, vós deveis também amar-vos uns aos outros”. O verbo “agapaô” (“amar”) aqui utilizado define, em João, o amor que faz dom de si, o amor até ao extremo, o amor que não guarda nada para si mas é entrega total e absoluta. O ponto de referência no amor é o próprio Jesus (“como Eu vos amei”); as duas cenas precedentes (lavagem dos pés aos discípulos e despedida de Judas) definem a qualidade desse amor que Jesus pede aos seus: “amar” consiste em acolher, em pôr-se ao serviço dos outros, em dar-lhes dignidade e liberdade pelo amor (lavagem dos pés), e isso sem limites nem discriminação alguma, respeitando absolutamente a liberdade do outro (episódio de Judas). Jesus é a norma, não com palavras, mas com atos; mas agora traduz em palavras os seus atos precedentes, para que os discípulos tenham uma referência.
O amor (igual ao de Jesus) que os discípulos manifestam entre si será visível para todos os homens (vers. 35). Esse será o distintivo da comunidade de Jesus. Os discípulos de Jesus não são os depositários de uma doutrina ou de uma ideologia, ou os observantes de leis, ou os fiéis cumpridores de ritos; mas são aqueles que, pelo amor que partilham, vão ser um sinal vivo do Deus que ama. Pelo amor, eles serão no mundo sinal do Pai.