As lágrimas são recorrentes. O depressivo chora não pela situação em si, mas, sobretudo, pela dor existencial que não passa: aquela angústia enraizada no íntimo da alma. Se há uma doença que consegue ferir a realidade mais profunda da pessoa, o nome dela é depressão. Ninguém fica depressivo porque quer ou porque é fraco. Em sã consciência, ninguém escolhe tamanho sofrimento.
A pessoa depressiva necessita de fé, aprendendo a acreditar em si, para só depois confiar em Deus. Dia após dia, é fundamental ressignificar o sentido da vida, sabendo que a sua continuidade também depende da determinação. A partir de casos clínicos e grupos de experimentos, já foi comprovado que os pacientes de fé respondem mais rápido ao tratamento. Aqueles que não creem também se recuperam com qualidade, mas de forma mais pausada ou lenta. Talvez, pelo sentimento que nós religiosos possuímos de querer prolongar a vida.
A partir da fé, é fundamental procurar a ajuda terapêutica de um bom psicólogo. Nesse importante acompanhamento, o profissional auxiliará o depressivo a modificar a visão negativa que possui de si e do contexto em que está inserido. Juntos, paciente e psicólogo, traçarão metas para superar o mal da depressão. A fonte de tamanho sofrimento é vista de forma real, sem defeitos, erros, culpas e remorsos. É como se um peso enorme fosse retirado das costas da pessoa.
Padre Robson de Oliveira, Reitor do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno
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