terça-feira, 1 de novembro de 2011

RECEITA DE RECONCILIAÇÃO

logoMinha mãe fazia um bolinho de polvilho excelente. As amigas pediam a receita e ela dava. Algumas conseguiam o mesmo produto e o mesmo gosto. Outras, não. Quando perguntavam porque, minha mãe dizia: Não basta fazer. Tem que ter leveza! …

Não existem receitas para a reconciliação de um casal em grave crise. Mas existem conselhos que em muitos casos acabam dando certo, isto porque encontram leveza num deles ou nos dois. Casais em vias de separação costumam pegar pesado, quase sempre um dos dois querendo que tudo volte a ser como era e o outro insistindo em partir para outra experiência, ou ao menos em terminar a convivência. Quando as posições se radicalizam não há como reconciliar. Não estão prontos. A expressão que trava tudo é: Sim, eu errei, mas a maior vítima sou eu!

Se conselhos ainda valem, anotem estes. – Orem pedindo luzes. .Não falem demais. Não levantem a voz. Palavrão, jamais. Não se xinguem. Não ameacem. Não se aterrorizem. Não batam toda a hora na porta do outro. Segurem as lágrimas, sobretudo se parecerem armação e chantagem. Não se façam de vítimas, mesmo que sejam. Não usem os filhos um contra o outro. Um não ataque os parentes do outro. Há bons e maus amigos: escolham a quem ouvir. Não aplaudam quem atacar o outro lado, para ficar bem com o seu. Não façam as coisas que queriam fazer, dizendo que só fez porque seu psicólogo ou seu conselheiro mandou. Não deturpem o que ouviram deles. Não puxem a brasa para a sua sardinha. Não remoam o passado na frente dos outros. Não o remoam, lembrando apenas os erros, caso se encontrem. Quem der perdão tem que pedi-lo, também. Ouçam-se muito e falem o menos possível. Um não interrompa o outro, nem a sós, nem diante dos conselheiros. Desarmem o coração por mais mágoa que levem. Meçam as palavras. Considerem as coisas boas que viveram juntos. Se no momento não dá mais para conviverem, ouçam bem seu diretor espiritual, seu advogado e quem entende de comportamento humano. O melhor lugar para conselhos não é o cabeleireiro, nem o bar da esquina! Não prometam o que não cumprirão. Não lavem roupa suja. Tentem achar a dignidade e o respeito. A cidade inteira não precisa saber do seu conflito.

Perdoar é muito difícil e pedir perdão também. Mas, quando uma ferida avançou demais, é preciso ir fundo na cura. O perdão e o arrependimento vão fundo. Reconciliar é tornar a conciliar as pessoas e o que as rodeia. É concordar no essencial, por as cabeças juntas, sentar-se juntos. Quem parou de fazer isso deve se imaginar, se não agora, quem sabe mais adiante, passada a poeira da briga, conversando e maneira civilizada. Cuidado com a palavra “não, nunca, jamais”. São balas perdidas. Acabam ricocheteando e acertando os filhos…

  
Pe. Zezinho scj




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domingo, 30 de outubro de 2011

31º Domingo do Tempo Comum

 

Pe. Francisco IVO, CM 

 
Dia 30/10/2011 - Domingo
(III Semana do Saltério)31º Domingo do Tempo Comum(Cor Verde)Dia Mundial das Missões

O conflito entre Jesus e as autoridades, como pudemos observar ao longo desses últimos domingos do Tempo Comum, foi se avolumando. Agora, no capítulo 23, ele chega ao ponto máximo. Jesus ensina o a não confiar nas autoridades que o mantém dominado. Jesus toma posição entre o povo e as autoridades do povo. Ele está cortando o caminho das autoridades injustas. A partir daqui o povo não irá mais servir aos interesses dessas autoridades, pois Jesus vai desmascará-las, mostrando o novo que a justiça do Reino traz. Jesus mostra ao povo e aos discípulos dele que os doutores da Lei e os fariseus pretendem ser os autênticos intérpretes de Moisés. Sabemos que os profetas eram pessoas profundamente comprometidas com a causa da justiça. Mas os doutores da Lei e os fariseus eram legalistas. Construíram uma religião sem profecia, a religião do puro e do impuro. Moisés foi protagonista da libertação do povo; seus pretensos intérpretes tornaram-se protagonistas da opressão religiosa e do jugo da lei.
O desmascaramento das autoridades injustas começa mostrando que elas são agentes de opressão e não de liberdade e vida para o povo. Este fato continua com a demonstração de como as autoridades religiosas buscam prestígios na vida civil e na vida religiosa. Jesus mostra, ainda, como procuram as mesas das autoridades nos banquetes, os primeiros bancos nas sinagogas e fazem questão de serem reconhecidas em público, sendo chamadas de Mestre. É pura busca de privilégios na vida civil e na vida religiosa. Esses privilégios mantêm o povo dominado sob o peso de enorme fardo.
Jesus dá as costas às autoridades injustas e mostra às multidões e aos discípulos dele o novo do Reino. O novo consiste em não ambicionar privilégios. Há  um só Mestre, um só Pai, um só Líder. Todos, indistintamente, são irmãos, filhos de Deus e seguidores do Cristo. Com isso Jesus suprime todas as hierarquias. Nós estamos tão acostumados a elas, e as buscamos, ambicionamos, que nem nos damos conta da gravidade dessa busca e ambição. Jesus propõe a verdadeira grande e afirma que não há hierarquia. O único valor absoluto é a fraternidade que se põe a serviço: “O maior de vocês deve ser aquele que serve a vocês”. Trata-se de serviço-profecia, como fez Moisés, como fez Jesus. Portanto, a verdadeira grandeza é a doação da vida para libertar o povo dos fardos que o oprimem. Deixemos a Deus a tarefa de exaltar as pessoas, pois somente a ele compete humilhar quem se exaltar e exaltar quem se humilhar. Mas tenhamos certeza de uma coisa: Deus dá a cada um o contrário daquilo que ambicionou.
Que o Bom Deus por meio de seu unigênito Filho Jesus Cristo Nosso Senhor, que veio ao mundo para dar pleno cumprimento da palavra do Pai; ensine-nos a sermos seus imitadores na missão desempenhada por nós através de nosso testemunho de fé na vivência e divulgação dos valores cristãos e evangélicos.
Uma ótima semana a todos!

Pe. Francisco Ivo
Paróquia São Pedro e São Paulo
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