sábado, 15 de junho de 2013

CASAMENTO DA QUADRILHA CRISTÃ DO ECC DA PARÓQUIA SÃO PEDRO E SÃO PAULO

APRESENTAÇÃO DO CASAMENTO DA QUADRILHA CRISTÃ DO ECC DA PARÓQUIA SÃO PEDRO E SÃO PAULO, NA QUADRA DA MATRIZ DURANTE O 1º FESTIVAL DE QUADRILHA CRISTÃ DA PARÓQUIA SÃO PEDRO E SÃO PAULO.
NO FESTIVAL DE APRESENTAÇÕES, NÃO HOUVE RIVALIDADES ENTRE AS QUADRILHAS POIS O OBJETIVO FOI A EVANGELIZAÇÃO.



Por Edivaci Duarte.



Encontro de Casais com Cristo, Equipes de Nossa Senhora e Pastoral Familiar, juntos em favor da família.







Convocados pela Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família (CEPVF), no dia 09 de junho de 2013, os casais representantes nacionais do Encontro de Casais com Cristo (ECC), Equipes de Nossa Senhora (ENS) e Coordenação Nacional da Pastoral Familiar (PF), reuniram-se na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com a proposta de identificar e compartilhar ações evangelizadoras em favor da família.
Estavam presentes no encontro: o presidente da CEPVF e bispo de Camaçari, dom João Carlos Petrini; o bispo de Presidente Prudente (SP) e Assistente Eclesiástico Nacional do ECC, dom Benedito Gonçalves dos Santos, os assessores da CEPVF, padre Rafael Fornasier e padre Wladimir Porreca; os casais da secretaria nacional do ECC, Aparecida e Joaquim Madalena, Marisa e Ésio Henrique Cardoso; e casal nacional das Equipes de Nossa de Senhora, Aparecida e Raimundo Araújo; e, por fim, o casal coordenador da Comissão Nacional Pastoral Familiar, Raimundo e Vera Leal.
Segundo dom Petrini, “o encontro proporcionou a abertura de um trabalho conjunto entre movimentos, serviços, pastorais e associações, que atuam na valorização da família”.
Na reunião, foi discutida a proposta de valorizar a atuação da família na Igreja e na sociedade, em especial na Semana Nacional da Família (SNF). De acordo o assessor da CEPVF, padre Wladimir Porreca, a proposta foi acolhida pelos participantes com o desejo de que a elaboração, a organização e a participação na SNF, possa acontecer com maior integração do ECC, das ENS e da PF, em todas as comunidades paroquiais.
Outro tema discutido, e acolhido entre os presentes, foi a proposta de elaborar, em conjunto, ações e eventos que se propõem a contribuir com a visibilidade da família no espaço público, bem como, incentivar e promover as comemorações do dia dos pais, das mães, dos avós e as datas festivas e civis.
Esta reunião constituiu o primeiro passo de um caminho de cooperação, aberto a outros movimentos, serviços e grupos de família.
POR: CNBB

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Carreata São Pedro e São Paulo 2013

Vamos colorir os nosso carros com com balões nas cores VERDE, VERMELHO, AZUL 
ou BRANCA, e participar. É neste domingo, traga a família e saboreia uma deliciosa feijoada da hora.

domingo, 19 de maio de 2013

Devoção à Maria Santíssima





O Coração Nossa da nossa Mãe.
Uma das mais doces verdades da nossa fé é o mistério da Assunção de Nossa Senhora em corpo e alma aos céus. A cheia de graça, a que nunca pecou, não podia ficar sujeita à corrupção da morte, estabelecida por Deus como castigo do pecado. Por isso, a Igreja definiu solenemente – expressando uma verdade que, desde tempos antiqüíssimos, era patrimônio da fé do povo cristão – que “a Imaculada Mãe de Deus, sempre Virgem Maria, completado o curso da sua vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória do Céu” (Pio XII, Const. Ap. Munificentissimus Deus, de 01.11.1950).
Eis a consoladora verdade: a nossa Mãe Santa Maria, na glória do Céu, está agora junto da Trindade Santíssima em corpo e alma. Compreendemos bem o que isto significa? Quer dizer que Maria vive no Céu a cuidar de nós, a olhar-nos, a interceder por nós, com o mesmo coração, com os mesmos sentimentos e com os mesmos afetos que tinha na terra. Não é um puro espírito. É uma Mãe humana, glorificada, mas plenamente humana. Agora, junto de Deus, Ela contempla – na luz da glória divina – todos e cada um dos seus filhos, em todos e cada um dos momentos da sua existência, e olha por eles: nas horas de alegria e de dor, nos transes difíceis, nos tempos de solidão, na suas quedas e nos seus reerguimentos… Não há um passo da nossa vida, não há um latejar do nosso coração, que não esteja sendo acompanhado amorosamente pelo Coração humano da nossa Mãe. E não há um passo que não esteja sendo assumido – visto e sentido como algo próprio – por esse Coração.
Contemplando este mistério delicado, São Josemaria Escrivá aponta-nos uma das suas conseqüências: “Surge assim em nós, de forma espontânea e natural, o desejo de procurarmos a intimidade com a Mãe de Deus, que é também a nossa Mãe; de convivermos com Ela como se convive com uma pessoa viva, já que sobre Ela não triunfou a morte, antes está em corpo e alma junto de Deus Pai, junto de seu Filho, junto do Espírito Santo” (É Cristo que passa, n. 142). É nesse clima de intimidade filial que discorre a devoção a Nossa Senhora.
A Devoção a Maria Santíssima
O nosso relacionamento, a nossa intimidade com Maria é essencialmente filial. O vínculo filiação-maternidade “determina sempre – como lembra a Encíclica Redemptoris Mater – uma relação única e irrepetível entre duas pessoas: da mãe com o filho e do filho com a mãe” (João Paulo II, Encíclica Redemptoris Mater, n. 45). E a medula desse vínculo, evidentemente, é o amor.
Por isso, só perguntando-nos pelas características que tornam autêntico esse amor é que descobriremos os traços da verdadeira devoção a Maria Santíssima. Com isso, perceberemos também melhor o que Deus quis que representasse para nós o imenso dom que nos fez, dando-nos Maria como Mãe.
Comecemos pelos aspectos dessa devoção que se nos impõem de maneira mais imediata. Um cristão que vive de fé sabe que Maria o ama e o auxilia com carinho de Mãe. Sabe-a voltada maternalmente para ele. É natural que, dessa certeza, flua espontaneamente uma sincera afeição filial. “Nada convida tanto ao amor – comenta São Tomás – como a consciência de sentir-se amado”(Cf. São Tomás de Aquino, Summa contra gentes, IV, XXIII). A devoção mariana manifesta-se, por isso, em mil expressões, delicadas e fervorosas, de carinho de filho: no tom afetuoso da oração que dirigimos a Ela, na alegria de visitá-la nos lugares onde se quis fazer especialmente presente, nos muitos pormenores íntimos do coração, que o pudor vedaria externar.
Juntamente com esse afeto filial, e impregnando-o intimamente, brota também espontaneamente um sentimento de profunda confiança. “Nunca se ouviu dizer – reza uma bela oração atribuída a São Bernardo – que algum daqueles que tivesse recorrido à vossa proteção, implorado a vossa assistência, reclamado o vosso socorro, fosse por Vós desamparado”.
Esta certeira confiança dos fiéis exprimiu-se num leque multicolorido de invocações marianas, que traduzem a segura experiência do coração cristão: Mãe de misericórdia, Virgem poderosa, Auxílio dos cristãos, Consoladora dos aflitos, Onipotência suplicante… Era essa a confiança que fazia Dante escrever estes preciosos versos: Donna, se’ tanto grande e tanto vali, / che qual vuol grazia e a te non ricorre, / sua disianza vuol volar sanz’ali; “Senhora, és tão grande e tanto podes, que para quem quer graça e a ti não recorre, o seu desejo quer voar sem asas” (Divina Comédia, Par. XXXIII, 13-15).
Amor e confiança. Trata-se de sentimentos com fortes raízes no coração. Ora é bem sabido que os afetos do coração possuem muitas vezes uma sutil ambivalência: são sentimentos que a custo se equilibram na difícil passarela onde o amor beira sempre o egoísmo. Não é raro que os muito sentimentais sejam também muito egoístas.
Por isso, se a devoção a Maria não estivesse fundamentada nos alicerces da fé – da doutrina – e da caridade, poderia deslizar imperceptivelmente para os declives do egoísmo. Tal coisa aconteceria no caso de uma devoção meramente sentimental – não animada por desejos de entrega e de amor operante – que, embora cheia de efusões de ternura, não incidisse fortemente na vida para modificá-la. Mais facilmente ainda se daria essa deturpação se a devoção mariana se reduzisse a um simples recurso para alcançar uma “proteção” ou uns “favores” meramente interesseiros.
Esses desvios, contudo, não se darão se o nosso amor filial a Maria entrar, como deve, em sintonia com o seu amor maternal.
Pensemos que o coração da nossa Mãe, “cheia de graça”, é uma fornalha ardente de caridade, de amor a Deus e aos homens. Nele se encontra, em medida quase infinita, a caridade derramada pelo Espírito Santo (Cf. Rom 5, 5).
Isto significa que quem se aproximar dEla com um coração reto e sincero se sentirá necessariamente impelido para o amor a Deus e ao próximo. Este é o segredo divino da devoção a Maria. Foi de fato para nos facilitar a entrega a esse duplo amor – o mandamento que resume todos os outros – que Deus, em sua misericórdia, quis dar-nos Maria como Mãe.
É por isso que a devoção a Maria, bem vivida, é sempre como um sopro – fecundo, cálido e suave – que acende o amor na alma, inflama a generosidade e move a abraçar sem reservas a vontade de Deus.
“Se procurarmos Maria, encontraremos Jesus”, diz São Josemaria, fazendo-se eco da tradição cristã (É Cristo que passa, n. 144). No fundo de tudo o que a Virgem Santíssima sugere ao coração dos homens, sempre pulsam as suas palavras em Caná: “Fazei tudo o que Ele vos disser”. A verdadeira devoção é, por isso, radicalmente “cristocêntrica” – conduz a Cristo –, é “teocêntrica” –leva para Deus. Nossa Senhora vive e faz viver em função de Jesus. Não pode haver aí nem sombra de “idolatria”.
Ao mesmo tempo, é claro que, se Maria nos leva a Jesus, indefectivelmente nos aproxima também dos nossos irmãos, que são irmãos de seu Filho e filhos dEla. Ela é a Mãe comum que nos faz sentir fraternalmente vinculados em Cristo, membros da família de Deus (Cf. Ef 2, 19), e nos desperta na alma ânsias de doação e de serviço aos outros. O Coração de Maria infunde calor e força ao amor dos irmãos.
Como vemos, se a Virgem Santíssima nos auxilia – e esta é a sua missão maternal –, é única e exclusivamente para nos colocar mais plenamente em face das exigências da nossa vocação cristã. É com este fim que Ela intercede por nós junto de Deus e distribui as graças que o Senhor colocou em suas mãos. Mesmo os favores maternos que Ela nos obtém em pequenas coisas – como em Caná – são incentivos de carinho que nos ajudam a agradecer e a retribuir a Deus as suas bondades. Em qualquer caso, Ela estende a sua mão para nos elevar – suave e fortemente – até à meta da nossa vocação cristã, que é a santidade.
Com razão se pode afirmar, por isso, que o amor de Maria por seus filhos é simultaneamente doce e exigente. “Nossa Senhora, sem deixar de se comportar como Mãe, sabe colocar os seus filhos em face de suas precisas responsabilidades. Aos que dEla se aproximam e contemplam a sua vida, Maria faz sempre o imenso favor de os levar até a Cruz, de os colocar bem diante do exemplo do Filho de Deus. E nesse confronto em que se decide a vida cristã, Maria intercede para que a nossa conduta culmine com uma reconciliação do irmão menor – tu e eu – com o Filho primogênito do Pai” (São Josemaría Escrivá, ib., pág. 195).
A Jesus “se vai” por Maria, e a Jesus “se volta” por Ela, diz Caminho (n. 495). Quando, ao rezar a Ave-Maria, nós lhe pedimos “rogai por nós, pecadores”, fazemo-lo com a consciência de que demasiadas vezes nos afastamos de Deus e, como o filho pródigo, precisamos voltar para a casa do Pai.
Maria torna suave, também, e esperançado esse retorno. Não é verdade que, perto da Mãe, nos tornamos a sentir crianças? Despojamo-nos da nossa triste armadura de adultos, forjada pelo orgulho, pela vergonha ou pela decepção. E então o fardo das nossas misérias já não nos esmaga. Com Maria, sentimo-nos crianças reanimadas pela ternura da Mãe, alegres por descobrir que, para um filho pequeno, sempre é possível levantar-se, sempre é possível recomeçar, sempre é hora de esperar. Ela é a porta perpetuamente aberta na Casa do Pai.
A Estrela da manhã, a Estrela do mar, a nossa Mãe, guia-nos por toda a estrada da vida, passo a passo, na bonança e na tormenta, nos avanços e nas quedas, até alcançarmos o repouso definitivo no coração do Pai. Nunca percamos de vista que “foi Deus quem nos deu Maria: não temos o direito de rejeitá-la, antes pelo contrário, devemos recorrer a Ela com amor e com alegria de filhos” (São Josemaria Escrivá, É Cristo que passa, n. 142).
Intensifiquemos o empenho de amor e os pormenores de delicadeza para com a nossa Mãe nas festas e tempos que a Igreja dedica especialmente a Ela: mês de maio, Solenidade da Assunção de Maria, Novena da Imaculada Conceição, etc. Renovemos, com forte vitalidade, essas devoções – sempre unidas à recitação amorosa do Rosário – que, por Maria, nos levarão bem dentro do Coração de seu Filho Jesus.

By Pe. Faus on May 15, 2013

segunda-feira, 8 de abril de 2013


O resgate de São Tomé

Ficheiro:Caravaggio - The Incredulity of Saint Thomas.jpg
São Tomé é uma figura que costuma ser apresentada como símbolo do ceticismo: Já há até uma frase feita: “Ver para crer, como Tomé”. E, no entanto, Tomé é um dos personagens mais comoventes do Evangelho. Vamos procurar compreender, nesta meditação, que, em boa parte, Tomé é um injustiçado. Como é que era mesmo Tomé na realidade? Que nos diz dele o Evangelho?
Para começar o “resgate” de Tomé (que resgata os bons exemplos que nos dá), é preciso dizer que, dele, sabemos uma coisa certa, e é que foi um dos idealistas que, deixando todas as coisas, seguiram Jesus. Portanto, confiava em Jesus, acreditava nele – senão, não teria largado tudo e apostado nele – ; além disso, tinha-lhe amor, pois ninguém se entrega nas mãos de uma pessoa que lhe é indiferente; e era generoso.
Logicamente era humano, e, portanto, tinha fraquezas como aliás todos os Apóstolos, como todos nós. Mas, antes da Paixão de Jesus, o Evangelho mais nos mostra nele fortaleza que fraqueza. Refiro-me àqueles momentos críticos – pouco antes da Paixão – , em que Jesus já era perseguido de morte em Jerusalém e teve de retirar-se para além do Jordão, juntamente com os Apóstolos, porque ainda não tinha chegado a sua hora. O que lá aconteceu é tocante…
Naquele lugar retirado, Jesus recebeu o recado de Marta e Maria, pedindo-lhe que fosse de novo a Jerusalém (a Betânia, pertíssimo de Jerusalém), porque seu irmão Lázaro estava muito doente: Senhor, aquele que amas está enfermo. Jesus, no entanto, deixou-se ficar ali ainda dois dias. Mas, de repente, disse: Voltemos para a Judéia. Isso assustou os discípulos: Mestre – disseram-lhe –, há pouco os judeus te queriam apedrejar, e voltas para lá? Jesus não ligou, e disse-lhes abertamente que Lázaro já tinha morrido, mas –acrescentou – vamos a ele. Todos ficaram gelados, pensando que aquilo era pôr-se na boca do lobo…
Todos menos um! Tomé! Só ele, cheio de coragem, foi capaz de dizer aos seus condiscípulos: Vamos também nós, e morramos com ele! Estava disposto a morrer com Jesus, por Jesus. Como vemos, no coração de Tomé não há nada de covardia, nem de dúvidas, nem de vacilações.
Coração sincero
E ainda há um outro traço do caráter de Tomé que o Evangelho põe em relevo.Tomé era um homem que era sincero e gostava da objetividade. Não era daquele tipo de homens que são “objetivos” só para pôr dificuldades, tirar o corpo e dizer que não dá (“sou realista”, dizem, e, na realidade, são pessimistas ou comodistas). Ele gostava da objetividade para entender melhor as coisas e, assim, poder agir melhor e resolver melhor os assuntos. Isso não diminuía nem um pouco a fé que tinha em Jesus. Tomé unia a fé ao realismo, um binômio excelente em si mesmo…, mas que pode desequilibrar-se, e então se torna perigoso (como logo veremos). É algo que fica bem claro na Última Ceia.
Naquela noite da Quinta-feira Santa, Jesus estava despedindo-se dos seus discípulos, e consolava-os com infinita ternura dizendo-lhes: Não se perturbe o vosso coração. Na casa de meu Pai há muitas moradas …; vou preparar-vos um lugar. Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e tomar-vos-ei comigo… E vós conheceis o caminho para onde eu vou. Neste ponto interveio Tomé, com a sua franqueza um pouco brusca, mas cheia de confiança em Jesus: Disse-lhe Tomé: Senhor, não sabemos para onde vais. Como podemos saber o caminho? Jesus não levou a mal essa pergunta nem a achou indelicada. Ao contrário, tomou pé dela para dizer umas palavras que ficarão para sempre gravadas no coração do cristão: Jesus respondeu-lhe: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vai ao Pai senão por mim”.
Mas houve um outro momento crucial, em que esse realismo franco de Tomé… espanou. Foi após os acontecimentos perturbadores da Paixão, quando Jesus já havia ressuscitado (e daí vem a “má fama” de Tomé).
Lembremos o que aconteceu. Na tarde do domingo de Páscoa, em que Jesus apareceu aos Apóstolos no Cenáculo, Tomé – diz o Evangelho – não estava com eles. Ou seja, não viu Jesus. Provavelmente, chegou bem mais tarde, naquela noite, ou então só voltou à casa no dia seguinte. Podemos imaginar que chegou ao Cenáculo triste, com olheiras de pouco dormir e o ricto amargo na boca de muito sofrer. Pois bem, mal acabava de subir a escada até o segundo andar – a sala de cima –, quando os outros que lá estavam se lhe atiraram em cima, agitadíssimos, dizendo: Vimos o Senhor!
Pobre Tomé! Aquela enxurrada de entusiasmo, totalmente inesperada, caiu-lhe como um golpe de malho na cabeça. Deixou-o atordoado. Eu o imagino de olhos arregalados, assustado com a estranha euforia dos outros, balbuciando: “Estão loucos! Vocês perderam o juízo?” E o bom Tomé, o sofrido Tomé, o franco Tomé, de repente embirrou. A sua tendência para o realismo e a objetividade saiu dos eixos, extrapolou em casmurrice e desequilibrou-se: Mas ele replicou-lhes: Se não vir nas suas mãos o sinal dos pregos, e não puser o meu dedo no lugar dos pregos, e não introduzir a minha mão no seu lado, não acreditarei! Emburrou, e não havia modo de fazê-lo sair atitude fechada.
O amor que faz duvidar
Vemos nessa atitude só um defeito? Será que não poderíamos pensar que era tão grande o carinho de Tomé por Jesus, que não agüentava pensar sequer na possibilidade de que houvesse um engano? Não tinha coragem para deixar que a sua esperança subisse a mil por hora como um foguete, na crença de que Jesus vivia, para depois cair vertiginosamente e espatifar-se no chão, na decepção. E se tudo não passasse de histeria dos amigos? Não esqueçamos que, às vezes, a alegria dá medo. Temos tanto receio de embarcar numa alegria grande que depois nos possa decepcionar! Por isso, quando desejamos muito, muito mesmo, uma coisa que nos promete enorme alegria, temos a tendência instintiva de começar a pensar nas coisas “ruins” que poderão acontecer: vai surgir um imprevisto, vai falhar na última hora, vou chegar atrasado, não vai dar certo…
Isso pode explicar a reação negativa de Tomé. No entanto, é preciso reconhecer que houve mesmo uma falha. De fato, Jesus teve de corrigi-lo… E, do erro dele, nosso Senhor quis que nós aprendêssemos. Ele sempre tira o bem de tudo, mesmo do mal.
Em que consistiu seu erro? Naquela hora decisiva, faltaram-lhe a fé e a esperança sobrenaturais. Tomé quis ser tão realista, tão terra-a-terra – para se garantir – , que só ficou vendo o que tinha debaixo dos pés e na ponta do nariz. Isto é o que acontece com todos os que se chamam a si mesmos “realistas”, gente de “pé no chão”, “experientes” e “conhecedores da vida”…, e se esquecem de que a coisa mais “realista” que há no mundo é a presença viva de Deus, o seu poder e a sua ação amorosa… e muitas vezes inesperada e desconcertante.
Um realismo que se torna pessimismo
É interessante observar que todos os pessimistas se chamam a si mesmos realistas e desprezam os “sonhadores” (assim chamam aos que vivem da fé), como se fossem ingênuos ou tolos. Felizmente, nós cremos no Deus da esperança, e por isso somos necessariamente otimistas.
Cristo quer, sem dúvida, que vivamos uma vida realista, mas contando com o “fator” mais real de todos, que é Ele e a força assombrosa do seu amor e da fidelidade às suas promessas. Assim o expressa, de maneira maravilhosa, a Carta aos Hebreus: A fé é o fundamento das coisas que se esperam, é uma certeza a respeito do que não se vê. Foi ela que fez a glória dos nossos antepassados. A falta desta fé no amor e nas promessas de Deus traz consigo a falta da esperança que a fé deveria gerar. Este foi o motivo da repreensão afetuosa que Jesus deu a Tomé. E deu-a com razão, pois Tomé não soube pôr toda a sua fé nas promessas anteriores de Cristo – voltarei a vós…., ao terceiro dia o Filho do homem ressuscitará… –; e não deu crédito ao testemunho dos outros Apóstolos que, por ser unânime, merecia confiança.
Mas a repreensão de Jesus, como todas as suas palavras e atos, é uma grande luz para a nossa alma. Vejamos o que diz o Evangelho:
Oito dias depois (da aparição aos Apóstolos no dia da Páscoa), estavam os seus discípulos outra vez no mesmo lugar e Tomé com eles. Estando trancadas as portas, veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco”… Podemos imaginar a cara de espanto do nosso Tomé… O seu coração deve ter ficado acelerado, quase que a estourar-lhe o peito, quando Jesus se dirigiu pessoalmente a ele. Depois, Jesus disse a Tomé: “Introduz aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado, e não sejas incrédulo, mas homem de fé! E, apanhando a mão de Tomé, fez como estava dizendo.
A reação de Tomé, caindo em lágrimas aos pés de Jesus, foi esplêndida: Respondeu-lhe Tomé: “Meu Senhor e meu Deus!” Ele, que tinha duvidado, acabou fazendo o maior ato de fé até então pronunciado por qualquer dos Apóstolos: um ato de fé absolutamente explícita, luminosa, na divindade de Cristo: Meu Deus! E Jesus encerrou a questão, pensando em nós, em todos os que haveríamos de ser os seus discípulos, no decorrer dos séculos: Creste porque me viste. Felizes aqueles que crêem sem terem visto!
O lado luminoso da lição de Tomé
É como se, com as palavras que dirigiu a Tomé, Cristo nos perguntasse: “Você crê mesmo em mim?” “Você, por crer em mim, sabe esperar nas coisas que não se vêem, que só se prevêem com a fé, sabe esperar nas coisas que Deus quer, mas que os “realistas” chamam “impossíveis?” Vale a pena lembrar o que escreve São Paulo: Porque pela esperança é que fomos salvos. Ora, ver o objeto da esperança já não é esperança; porque o que alguém vê, como é que ainda o espera?[1]
Deus – por assim dizer – “desafia-nos” a viver de esperança, a saber esperar do seu amor coisas grandes que não vemos, coisas que nos parecem impossíveis, mas que Ele nos quer dar. Mesmo diante das maiores dificuldades, todos podemos dizer com São João: Nós conhecemos o amor de Deus, e acreditamos nele.
O “realismo” cristão está feito de fé, de audácia e de magnanimidade. O nosso realismo é a esperança. Aí está o segredo do otimismo do cristão. É preciso que, aquecidos pela fé, pelo amor e pela esperança, saibamos apontar alto, apontar para coisas grandes, para ambições santas, e confiar plenamente em Deus. A mulher de fé, o homem de fé, confia sobretudo em dois pilares fortíssimos sobre os quais se apóia a esperança cristã: a obediência a Deus (fazer o que sabemos que Deus nos pede), e a oração (pedir com a fé com que um filho pede a um pai de cujo amor não duvida). Apoiada na obediência e na oração, a nossa esperança ficará, como diz o Livro da Sabedoria”, cheia de imortalidade.
Há alguns exemplos, no Evangelho, que ilustram tudo isto muito bem. Hoje vamos focalizar apenas um deles, que é especialmente claro e tocante.
Generosidade e esperança
Todos nos lembramos, provavelmente, da passagem do Evangelho que narra a primeira multiplicação dos pães. E talvez tenhamos presente a figura encantadora daquele menino – de que fala São João no capítulo sexto do seu Evangelho –, que colaborou com o milagre.
Mais de cinco mil pessoas estavam certa vez em um lugar afastado, ouvindo Jesus. Passou o tempo e sentiram fome. Percebendo isso, o Senhor disse aos Apóstolos que lhes dessem de comer. Mas como poderiam fazê-lo? Não havia nem pão nem dinheiro para comprá-lo. De repente, André apareceu trazendo pela mão um garoto, que estava, ao mesmo tempo, feliz e meio encabulado: “Eu posso dar – assim deve ter falado o menino a André – cinco pães de cevada e dois peixes”. Ao vê-lo, Jesus sorriu, pegou os pães e os peixinhos, e deu a entender a todos que tudo estava resolvido. Mandou sentar na relva todo o mundo, pediu aos Apóstolos que repartissem os cinco pães e os dois peixes e … comeram todos à vontade e ainda sobraram doze cestos! Um milagre apoiado num “impossível”, numa oferenda pequena, mas cheia de amor, de generosidade…
Não é clara a mensagem? Cristo – com esse milagre – diz-nos: “Não desanime se acha que não tem meios para resolver os problemas, para sair de uma situação de pecado, para ajudar um filho ou um amigo, se acha que não tem capacidade para aliviar as necessidades de tantas pessoas que carecem de tudo e sofrem; ou para fazer apostolado; ou que não tem forças para adquirir dterminadas virtudes. Tenha confiança em mim, e faça da sua parte o que puder, ainda que seja pouquinho…; mas que seja tudo o que pode mesmo, como o menino que deu tudo o que tinha. O resto – acrescenta Jesus – é comigo.
Concluindo esta meditação, não vemos que o maior e melhor realismo do mundo é ter fé e confiança em Deus? As pessoas que agem “como se Deus não existisse, ou não visse, ou não amasse” caem na e mais trágica falsificação da realidade. As pessoas que ainda não perceberam que a oração é infinitamente mais forte que a energia atômica e que o poder quase ilimitado do dinheiro, estão fora da realidade. As pessoas que não percebem que a maior garantia de que receberão os dons de Deus é obedecer a Deus – obedecendo ao seu Evangelho e à sua santa Igreja – estão fora da objetividade. Não nos deixemos dominar nunca – ainda que a nossa vida atravesse momentos muito difíceis – por uma visão acanhada e míope. Peçamos a Tomé que nos ajude a ser os “realistas da esperança”, que com certeza ele nos acudirá. Tem experiência…
[Adaptação do texto do capítulo quatro do livro de Francisco Faus: Cristo, minha esperança, Quadrante 2003]
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1 Parece-me oportuno esclarecer que esse texto foi escrito em 2003, quatro anos antes de que a Encíclica Spe salvi, de Bento XVI, fosse publicada. Preferi não adaptá-lo a esse grande documento pontifício, mas conservar a simplicidade do conteúdo original.

domingo, 24 de março de 2013

O fiat que nos abriu as portas do Céu


Meditação sobre o mistério da Anunciação que se comemora em 25 de março
Gregorio Vivanco Lopes
Anunciação do anjo
De repente, no Céu, um alegre e sacral alvoroço entre os anjos. Deus lhes revelara que os tempos estavam completos e o momento de a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade encarnar-se e habitar entre os homens chegara. Um anjo seria enviado à Virgem de Nazaré para anunciar-lhe sua maternidade divina. Qual dos anjos? Quem teria essa honra? A expectativa era grande.
Deus outrora havia enviado o Arcanjo Gabriel em missão junto ao Profeta Daniel, a fim de comunicar-lhe a famosa profecia sobre as setenta semanas de anos que decorreriam até a vinda do Salvador. (Dn 8 e 9)
Chegado o momento do cumprimento dessa profecia, Deus quis que o mesmo Gabriel, que séculos antes a anunciara a Daniel, fosse o portador da boa nova.
Todos os anjos do Céu se regozijaram pela escolha de Gabriel; ele, por sua vez, prostrou-se ante a Divina Majestade para receber as palavras que deveria comunicar à Virgem Imaculada.
Para preparar o caminho, Gabriel foi previamente enviado como embaixador junto ao sacerdote Zacarias, a fim de lhe transmitir que ele seria o pai do Precursor, João Batista.
Afinal, chegado o momento aprazado desde toda a eternidade, Gabriel desceu dos Céus para realizar sua sublime missão nesta Terra, que seria a grande alegria para os filhos de Eva.
Numa abençoada casa da pequena cidade de Nazaré, na Galileia, a Virgem rezava, toda absorta em Deus. Ela terminara os afazeres da casa enquanto José, seu castíssimo esposo, como Ela da real estirpe de David, saíra para comprar nas cercanias algum material necessário à execução de seus trabalhos. E agora meditava.
Gabriel aproximou-se d’Ela, mas não ousou revelar logo sua presença. Durante algum tempo ele a contemplou incógnito e enlevado, vendo nela a própria expressão da inocência, da pureza e da mais alta santidade. Ele estava extasiado, como que fora de si, pois nem no Céu encontrara algum anjo que se pudesse comparar àquela obra prima da natureza e da graça: em sublimidade, em elevação de espírito, em virtude, em dons de Deus. Sua excelsitude ultrapassava em muito a capacidade de compreensão de Gabriel, mas o enchia totalmente de gozo celestial e de admiração.

Por fim, como era preciso cumprir a vontade divina, ele se fez ver. Mas o seu entusiasmo era tal, que antes mesmo de comunicar à Virgem, cujo nome era Maria, a finalidade de sua embaixada, prorrompeu do mais fundo de seu espírito uma exclamação de júbilo e admiração: “Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo”.
Que saudação será esta? – perguntava-se a Virgem. Toda sua vida fora voltada para o amor e o serviço de Deus, sem qualquer incorreção ou vacilação. Não encontrando em si nenhuma falta nem a mais leve imperfeição, reconhecia, entretanto, seu nada diante de Deus. Não é d’Ele que nos vêm todos os bens? Assim sendo, o que significavam aquelas palavras tão elogiosas vindas de um anjo? A que vinha ele? “Discorria pensativa que saudação seria esta.
Confundido diante da profunda humildade da Virgem, o Arcanjo procurou tranquilizá-la, antes de comunicar-lhe o fim de sua embaixada: “Não temas Maria, pois achaste graça diante de Deus”.
E, em seguida, descobriu-lhe o objeto de sua missão: “Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai David; e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim”.
Após ouvir aquelas palavras com reverente atenção, Maria expôs ao Anjo uma perplexidade: “Como se fará isso, pois não conheço varão?”.
Não apenas Ela havia feito um voto de virgindade perpétua, mas a união de alma que Deus consentia em ter com Ela era de tal profundidade que não admitia qualquer partilha. Ela era a imaculada. Deus lhe havia dito uma palavra interior, mediante a qual Ela compreendera que sua castidade era eterna e só para Deus: “Como o lírio entre os espinhos, assim é minha amiga entre as donzelas. Meu amado é para mim e eu sou para ele. Toda formosa és, amiga minha, e em ti não há mácula. És um jardim fechado, minha irmã, minha esposa, uma nascente fechada, uma fonte selada”(Cânticos, 2 e 4).
Tal exclusividade de Deus na posse de sua alma e de seu corpo constituía para Ela uma evidência sem réplica, a respeito da qual não tinha qualquer dúvida ou vacilação. Mas nela tampouco havia qualquer hesitação sobre a veracidade da mensagem do anjo, pois reconhecia nele um mensageiro de Deus.
Então, calmamente, sem qualquer perturbação ou desassossego, sabendo de antemão que para Deus nada é impossível, colocou o problema, cônscia de que diante de duas realidades incompatíveis vindas do Altíssimo deveria existir uma solução maravilhosa que Ela desconhecia.
E a resposta de Gabriel não se fez esperar, sublime e superando todas as soluções humanas: O Espírito Santo descerá sobre ti, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso o santo que há de nascer de ti será chamado Filho de Deus”.

Ao ouvir tal mensagem, Maria lembrou-se da profecia de Isaias: “o mesmo Senhor vos dará este sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus Conosco”(Is 7,14).
Só então Ela deu seu consentimento: “Eis aqui a escrava do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra”. E o Verbo de Deus se fez carne e habitou entre nós no seio da Virgem Maria.
Mas era necessário esse consentimento? Tal era a magnitude do dom que Deus lhe fazia, que aparentemente não seria preciso qualquer aprovação por parte d’Ela. Se alguém dá a outrem um tesouro estupendo, não precisa perguntar-lhe se o aceita.
Não é verdade! Deus respeita absolutamente a liberdade de cada um. Mesmo quando Ele cumula alguém de graças, condiciona seus efeitos à aceitação da pessoa. É por isso que existe o mérito e a culpa. Quando se aceita a bondade de Deus, pratica-se um ato meritório. Quando se recusa, faz-se um ato culposo.
De modo que a aceitação por parte de Maria do dom divino foi altamente meritória. E o bem infinito que daí decorreu para todos nós, com a Redenção, efetivamente dependeu do fiat (faça-se) d’Ela. Assim, depois de Deus, a Ela devemos a possibilidade que nos foi aberta de salvarmos nossas almas e irmos para o Céu, até então fechado aos homens pela culpa de Adão.
Dessa forma, o mistério da Anunciação deve suscitar em nós não apenas um merecido louvor ao infinito poder de Deus e uma admiração sem limites pela Virgem Mãe, mas também um hino de ação de graças a Maria Santíssima por ter aceitado que n’Ela se realizasse o mistério sublime do qual todos nós somos grandemente beneficiários.
“Por ela Jesus Cristo veio a nós, e por ela devemos ir a Ele”, concluímos com São Luiz Grignion de Montfort.

quarta-feira, 13 de março de 2013





Dia 16 de março de 2013, de 08 às 12 horas.
Emissão de Cédula de Identidade - Documentos necessários: 
Registro de Nascimento ou Certidão de Casamento (original e copia) 
comprovante de residencia e uma foto 3x4 (recente).
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